EX-PM NABIAN DEMITE-SE DA FUNÇÃO DO CONSELHEIRO ESPECIAL DO PR SISSOCO
O antigo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, demitiu-se da sua função de Conselheiro especial do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, justificando a sua decisão por falta de abertura ao diálogo político por parte do Chefe de Estado guineense, de formas a criar as condições para uma governação pacífica e estável do país.
Através de uma missiva carta enviada ao Chefe do Estado Umaro Sissoco Embaló, com a data de 16 de fevereiro, o também presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) justifica a decisão por o chefe de Estado não se mostrar aberto ao diálogo político capaz de contribuir para a criação de condições para uma governação pacífica e estável do país, assim como os desafios políticos presentes e futuros, após a dissolução da Assembleia Nacional Popular e a necessidade de marcação das próximas eleições legislativas antecipadas de acordo com os preceitos constitucionais.
“Assim sendo e no âmbito das minhas responsabilidades políticas enquanto Presidente de APU-PDGB, perante o nosso eleitorado e o povo guineense em geral, cheguei à conclusão de que já não existem condições morais e políticas para desempenhar as funções do Conselheiro especial do Presidente da República e tomei a liberdade de, através desta missiva, apresentar a minha renúncia pessoal ao referido cargo” lê-se na carta.
Nabian acusou o Presidente da República de constantes “interferências no funcionamento das instituições democráticas nacionais”, nomeadamente nos outros órgãos de soberania, o Parlamento, o governo, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas, a Procuradoria geral da República, os partidos políticos assim como a tentativa de “sequestrar e politizar” as forças de segurança do país, apenas para cobrir os seus interesses eleitorais, agindo como “senhor absoluto” num país do estado de direito democrático.
O ex- primeiro-ministro argumenta ainda na carta que Umaro Sissoco Embaló tem assumido discursos de intimidação e de ofensa moral pública (palavrões), as reiteradas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças palacianas contra as populações sem direito de reivindicações.
“Factos estes, entre outros, que não coadunam com a minha personalidade e o modo de fazer política ao serviço do povo da Guiné-Bissau” concluiu Nuno Gomes Nabian.
Fonte: Jornal O Democrata
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