Senegal: MANIFESTAÇÃO EM DAKAR PARA PEDIR ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
Centenas de pessoas manifestaram-se este sábado, 24 de fevereiro de 2024, na capital do Senegal, Dacar, para pedir ao chefe de Estado, Macky Sall, eleições presidenciais antes do fim do seu mandato, em 02 de abril, depois de o governante as ter adiado.
As eleições presidenciais no Senegal deveriam decorrer no domingo, mas, em 03 de fevereiro, o Presidente do país, Macky Sall, ordenou o adiamento do sufrágio, na véspera do início previsto para a campanha eleitoral oficial.
A decisão foi chumbada pelo Conselho Constitucional, e a população continua sem saber quando irá às urnas e se os votos serão depositados antes ou depois de 02 de abril, quando termina oficialmente o mandato de Macky Sall. A incerteza tem alimentado a tensão e levou um movimento cívico e político a pedir que o escrutínio se realize sem demora.
Respondendo ao apelo da coligação opositora F24 e ao coletivo cívico Aar Sunu Election (Protejamos as nossas eleições, em português), centenas de manifestantes concentraram-se na capital com apitos, buzinas e bandeiras do país para pedir eleições.
As reivindicações abrangiam ainda a libertação dos opositores Ousmane Sonko e Bassirou Diomaye Faye, e acabaram por se transformar num protesto contra o Governo.
Realizada com a autorização das autoridades locais — apesar de a proibição de múltiplos comícios da oposição ter gerado um clima de tensão nos últimos anos –, a manifestação decorreu sob o olhar das forças de segurança, à margem, sem intervirem.
O chefe de Estado senegalês reiterou na quinta-feira, numa muito aguardada conferência de imprensa, que sairá de cena no final do mandato, mas manteve o tabu sobre a data das presidenciais.
O Presidente justificou o adiamento com o seu receio de que, após as disputas acesas durante o processo pré-eleitoral, eleições intensamente disputadas pudessem provocar novos surtos de violência, no seguimento dos ocorridos em 2021 e 2023.
A crise no Senegal, país que faz fronteira com a Guiné-Bissau, é um dos temas da Cimeira extraordinária que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza hoje em Abuja, a par da decisão, sem precedentes, do Burkina Faso, do Mali e do Níger de abandonarem a organização, em reação às sanções aplicadas na sequência dos golpes militares nesses países.
In lusa
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