Mali: “As eleições serão organizadas quando o país estiver definitivamente estabilizado”
O poder militar no Mali só organizará eleições com vista ao regresso dos civis ao poder quando o país estiver definitivamente estabilizado, declarou o primeiro-ministro maliano nomeado pelos militares, Choguel Maïga.
O poder militar no Mali só organizará eleições com vista ao regresso dos civis ao poder quando o país estiver definitivamente estabilizado, declarou o primeiro-ministro maliano nomeado pelos militares, Choguel Kokalla Maïga.
“A fase de estabilização deve chegar a um ponto sem retorno, um ponto estável o suficiente para poder organizar eleições”, insistiu sem indicar qualquer prazo, em declarações transmitidas quinta-feira à noite pela televisão estatal e nas redes sociais.
Maïga, nomeado para o seu cargo pelos coronéis que derrubaram à força o presidente civil Ibrahim Boubacar Keïta em agosto de 2020, reagiu às críticas que surgiram após o fracasso dos militares em cumprir o seu compromisso de ceder, no passado dia 26 de março. era a hora dos civis eleitos.
Castigando o "angelismo democrático", acrescentou que aqueles no seu país que exigem eleições o mais rapidamente possível estavam a servir os interesses dos "inimigos do Mali".
Maïga também trabalhou para justificar a decisão anunciada quarta-feira pela junta de suspender as atividades dos partidos políticos, a última reviravolta contra qualquer forma de protesto.
Assegurou que o Mali, confrontado com as ações de grupos terroristas e independentistas e mergulhado desde 2012 numa profunda crise multidimensional, recuperou o controlo de todo o seu território desde que rompeu a aliança com a França e os seus parceiros europeus em 2022 e se voltou militar e politicamente para Rússia.
Mas a estabilidade só será possível após a conclusão de um diálogo nacional lançado em 31 de dezembro pelo chefe da junta, coronel Assimi Goïta, disse.
O sucesso deste diálogo e “alcançar o nível de estabilização da soberania do país são condições sine qua non para marcar a data de uma eleição”, insistiu.
Depois do Mali, os militares tomaram o poder nos vizinhos do Sahel, o Burkina Faso, em 2022, e o Níger, em 2023. Os três países, vítimas do terrorismo, formaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e decidiram abandonar a Comunidade dos Estados da África Ocidental, CEDEAO.
“Sabemos que existe uma estratégia de cercar os países da AES”, disse Maïga.
"Há inimigos do Mali que contam com isso, contam com a situação política interna no Mali para nos levar a uma espécie de angelismo democrático; em nome da democracia podemos organizar-nos, pedir aos soldados que abandonem, pedir realizar eleições para trazer um presidente fraco sobre o qual haverá pressão”, continuou Maïga, sem nomear ninguém.
// TRK
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