Nove países africanos entre as dez crises de deslocamento mais negligenciadas em 2023.

 


Uma classificação anual divulgada segunda-feira pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) indicou que nove países africanos estão entre as dez crises de deslocação "mais negligenciadas" do mundo.


A ONG publica anualmente uma lista baseada em três critérios: o nível de vontade política da comunidade internacional, a cobertura mediática e o financiamento humanitário.


Burkina Faso está na primeira posição do ranking, tal como em 2022, com “um recorde de 707 mil novos deslocamentos e centenas de milhares de pessoas privadas de qualquer assistência”, segundo o NRC.


“A cobertura mediática caiu porque o acesso se tornou mais difícil para jornalistas e organizações humanitárias”, enquanto o montante do financiamento humanitário atinge apenas 37% das necessidades, especifica a ONG.



A situação também se deteriorou nos países do Sahel liderados por regimes militares que tomaram o poder na sequência de golpes de Estado e quebraram alguns acordos com parceiros ocidentais.


Depois do Burkina Faso, o Mali surge na 4ª posição (7ª em 2022), à frente do Níger (5º) que entra no ranking.


Os países da África Central continuam entre os mais negligenciados, de acordo com o NRC. Os Camarões ocupam o segundo lugar da lista (8.º em 2022), com quase 1,1 milhões de pessoas deslocadas e meio milhão de refugiados a residir no seu território.


A República Democrática do Congo, onde “mais de 25 milhões de pessoas continuaram a enfrentar múltiplas situações de emergência”, está na terceira posição (2.ª em 2022).


Sudão do Sul (7.º), República Centro-Africana (8.º) e Chade (9.º) também são citados, embora tenham estado ausentes do ranking em 2022.


Honduras (6º), diante de “uma explosão de violência, do crime organizado e da presença de gangues”, é o único dos dez países localizados fora do continente africano.


“Em todo o mundo, houve um défice recorde de 32 mil milhões de dólares nos orçamentos de ajuda, deixando 57% das necessidades humanitárias por satisfazer em 2023”, afirma o NRC.


Por: AFP

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