Reabilitação da estrada: Linha de toca-toca de Safim prolonga-se até Nhacra
A reabilitação de 40 quilómetros da estrada que liga Safim a Jugudul, em terra batida, permitiu, por um lado, a retoma de circulação normal dos transportes mistos e, por outro, ao prolongamento de linha urbana de toca-toca Bissau-Safim para Nhacra.
Com o melhoramento dessa estrada, o tempo de viagem entre Bissau e Jugudul, que durava cerca de duas horas, devido à degradação do troço, ficou bastante reduzido.
Disponibilidade dos militares
Pelo trabalho feito, apesar das condições climatéricas (chuva) desfavoráveis, o Serviço da Engenharia Militar, entidade encarregue de reabilitar o referido troço, afirma estar em condições de construir ou reconstruir estradas do país, quer em terra batida, quer em asfaltamento.
O supervisor das obras de reabilitação, coronel João Pedro Gomes, afirmou que os militares são pessoas normais e preparadas como quaisquer outros cidadãos para dar a sua contribuição na sociedade.
No entanto, o coronel disse que as obras de melhoramento da estrada estão na fase final e, se não houver “impedimento” por força da natureza, neste caso, fortes chuvas, o troço deverá ser entregue ao governo ainda no decurso deste mês de julho.
Questionado sobre a durabilidade do trabalho feito, o supervisor afirmou que é difícil fazer uma previsão de tempo, pois, além de terem feito apenas uma reabilitação que permita um trânsito normal de viaturas, lembrou que a estrada Safim-Jogudul é a mais usada de todas, aliás, “é um cruzamento de pistas para Bissau ou via de saída da capital às regiões”.
“Quem vai a leste, sul e uma parte do norte passa por essa via, portanto é uma estrada muito sobrecarregada. Maior parte de viaturas que entra ou sai de Bissau faz o trânsito nessa via, sobretudo a entrada de diversos produtos à capital, por via terrestre”, explicou.
Coronel Pedro Gomes, igualmente comandante do Batalhão da Engenharia Militar, do Estado-Maior do Exército, disse que a chuva tem sido um grande obstáculo, senão a estrutura militar de construções teria concluído as obras antes do tempo previsto. “Quando chove muito ficamos dois dias sem trabalhar, devido à demasiada humidade do solo, que quase se transforma em lama e sem condições técnicas para os nossos maquinistas trabalharem”, justiçou.
Aquele oficial formado em engenharia de construção habitacional espera que o asfaltamento daquela estrada seja atribuído às Forças Armadas para aprovar ao país e ao mundo que a classe castrense tem homens capazes de contribuir para o desenvolvimento da Guiné-Bissau em todos os sentidos.
“Somos militares e somos o que o nosso Estado é. Em qualquer parte do mundo, os fardados são imagem de uma nação e quando um Estado não presta atenção nas forças armadas, elas ficam também inúteis”.
De acordo com o supervisor, são 75 militares envolvidos nessa obra de reabilitação e maioria deles são oficiais, entre os quais, majores e coronéis. Segundo ele, a execução dessa obra permitiu uma interação entre militares e a população.
Em nome dos beneficiários, o Nô Pintcha ouviu Domingos José Gomes, vulgo Tiago, morador em Nhacra e que trabalha em Bissau há muitos anos, que mostrou-se feliz com a reabilitação do troço, que permitiu o fluxo de circulação rodoviária.
“Antes dessa reabilitação, essa distância de 40 quilómetros parecia 200, tendo em conta o longo tempo de percurso que fazíamos, devido ao estado avançado de degradação da estrada”, lembrou Tiago.
Por isso, apelou à continuidade do projeto do ex-Primeiro-ministro, Geraldo Martins, que visava a construção da autoestrada Safim-Nhacra-Mansoa. Segundo ele, a dissolução do parlamento e consequente queda do governo acabaria por minar as expetativas dos utentes daquela via.
“Estamos felizes com essa reabilitação, mas corremos riscos de vida, devido ao excesso de velocidade dos motoristas, que provocou acidentes mortais. Essa postura deve ser travada com a construção de ‘quebra-molas’ nos locais de grande movimentação de pessoas e animais”, sugeriu.
Por seu lado, os condutores reconhecem que agora a estrada está em melhores condições de transitabilidade e as viaturas correm menos risco de estragarem, porém, o perigo é quando chove. “Os condutores menos atentos despistam-se com os carros, devido às escorregadelas de pneus no lamaçal”, informa um dos motoristas que frequenta aquela estrada.
“De facto, com essa reabilitação, agora faço um percurso Bissau-Bafatá e vice-versa com menos tempo e sem grandes problemas para a minha viatura, porque, na verdade, a estrada está bem melhorada, mas ficaria ainda melhor se colocassem cascalhos em cima, como forma de reduzir o deslize das rodas, quando chove”, sugeriu o condutor Ussumane Djau.
Texto: Nô Pintcha
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