O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló participa na cerimónia de investidura do Presidente da Ruanda, Paul Kagame.

 

O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, foi empossado este domingo (11.08) para um quarto mandato, comprometendo-se a "preservar a paz e a soberania nacional" e a "consolidar a unidade nacional".


Várias dezenas de chefes de Estado e outros dignitários africanos viajaram para assistir à cerimónia de tomada de posse, realizada este domingo (11.08) à tarde num estádio de 45.000 lugares na capital, Kigali, onde a multidão foi se concentrando desde o início da manhã.


Entre os presentes, encontram-se os Presidentes da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, de Angola e de Moçambique, Filipe Nyusi, e o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.



Kagame, de 66 anos, foi empossado pelo Presidente do Supremo Tribunal, Faustin Ntezilyayo, depois de ter obtido mais de 99% dos votos nas eleições do mês passado.


A sua reeleição nas presidenciais de 15 de julho era esperada, dado o seu controlo com mão-de-ferro sobre o destino deste pequeno país da região dos Grandes Lagos de África desde o genocídio de 1994.



Segundo a comissão eleitoral, venceu as eleições com 99,18% dos votos, resultado que ativistas dos direitos humanos apontaram como uma forte prova da falta de democracia no Ruanda.


Depois de ter atingido o limite de dois mandatos de sete anos, Kagame pôde voltar a candidatar-se em 2017, graças a uma controversa alteração constitucional introduzida dois anos antes, que consagrou um mandato de cinco anos - com a manutenção de um máximo de dois mandatos. Esta reforma poderá permitir-lhe manter-se no poder até 2034.


Paul Kagame é o homem forte do Ruanda desde julho de 1994, quando ele e a rebelde Frente Patriótica Ruandesa (RPF) derrubaram o Governo extremista Hutu que instigou o genocídio no qual, segundo a ONU, morreram mais de 800.000 membros da minoria Tutsi.


É-lhe atribuída a espetacular recuperação económica do país desde então, mas tem também sido criticado pela sua falta de abertura democrática, com ativistas dos direitos humanos e a oposição a acusarem-no de governar num clima de medo, intimidação, detenções arbitrárias, raptos e assassínios.


Apenas dois candidatos foram autorizados a concorrer contra ele nas eleições de julho, tendo os outros seis, incluindo alguns dos opositores mais críticos de Kagame, sido impedidos de o fazer.


Frank Habineza, líder do único partido da oposição autorizado (o Partido Democrático Verde, DGPR), e o independente Philippe Mpayimana obtiveram 0,50% e 0,32% dos vo

tos, respetivamente.

Comentários