OPINIÃO: Desemprego Jovem na Guiné-Bissau, causas, consequências e possíveis soluções


O desemprego tem sido um dos maiores problemas sociais enfrentados pelos países, contudo, nos últimos anos tem havido algum resfriamento nas taxas de desemprego a nível mundial. Mesmo assim, continua ainda num nível muito elevado.

De acordo com o Banco Mundial, a taxa média do desemprego jovem na Guiné-Bissau de 1991 a 2022 é de 4.46% com o mínimo de 4.05% e o máximo de 4.9%, mas mesmo a olho nu pode-se ver que estes dados não espelham a realidade escondem a enorme informalidade e de acordo com algumas estimativas o desemprego jovem estima-se em 50% da população ativa.


O desemprego na Guiné-Bissau é influenciado por várias causas, incluindo instabilidade política, corrupção, ineficiência governamental dos sucessivos governos, baixa diversificação económica, falta de investimento em infraestruturas, baixa qualidade da educação e formação profissional, além da dependência dos setores vulneráveis, como a castanha de cajú, que é suscetível a condições climáticas e flutuações do mercado. Esses fatores, entre outros, contribuem para a escassez de oportunidades de emprego no país.


O desemprego acarreta diversas consequências para a Guiné-Bissau, como a redução do poder de compra das famílias e consequente aumento da pobreza, instabilidade social, migração em busca de oportunidades e impactos negativos no crescimento e desenvolvimento econômico do país. Essa situação também pode gerar tensões políticas e afetar o acesso a serviços básicos, como saúde e educação.


Para reduzir a taxa de desemprego no nosso país, é necessário diversificar a economia nacional, promover o empreendedorismo jovem e criar oportunidades para pequenas e médias empresas, melhorar a educação e a formação profissional para atender as demandas do mercado, incentivar o investimento em infraestruturas e tecnologia, além de promover a estabilidade política e governativa eficiente para atrair o investimento estrangeiro. Essas ações podem ajudar a criar empregos sustentáveis e impulsionar o crescimento e desenvolvimento económico.


Devido à situação económica débil, a Guiné-Bissau é considerada um dos países menos desenvolvidos, é também um dos países em desenvolvimento altamente endividados, com índice de corrupção 19 (muito ruim).


Por: Umaro Embaló 

Mestre em Contabilidade e Finanças 


Bissau, 01/09/2024

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