PUN reage declarações de Aristides Gomes, Ex-primeiro-ministro


Após as declarações do ex-Primeiro-Ministro, Aristides Gomes surge na sequência da conferência de imprensa do Partido da Unidade Nacional (PUN), liderado por Idriça Djaló.


O PUN destaca que, apesar das declarações terem como tema a "Situação política na Guiné-Bissau", 90% focaram na conferência de imprensa do PUN. Em relação às alegações sobre o golpe de 2005 que resultou na sua nomeação como Primeiro-Ministro, Gomes negou qualquer participação, alegando que sua nomeação foi proposta por dirigentes do PAIGC após CADOGO afirmar que não poderia coabitar com Nino Vieira. O PUN exige que Gomes apresente documentação oficial que comprove essa alegação, lembrando que a destituição de um Primeiro-Ministro não ocorre da forma descrita, questionando também a legitimidade do governo de Nuno Nabiam com base em promessas de não coabitação com Sissoco Embaló.


No que diz respeito ao desaparecimento de mais de 600 kg de cocaína durante o seu mandato, Aristides Gomes afirmou não estar envolvido. O PUN reforça que, embora protegido pela presunção de inocência, Gomes deve assumir a responsabilidade política pelos acontecimentos durante o seu governo.


Sobre as eleições para a Assembleia Nacional Popular (ANP), Gomes afirmou que o PUN nunca foi eleito porque o povo não se revê nos seus ideais. O PUN refuta essa afirmação, esclarecendo que a sua recusa em participar em campanhas populistas e tribalistas, e o financiamento por fontes duvidosas, explicam a sua falta de representação no Parlamento desde 2004.


Gomes também referiu o PUN como um partido periférico que só entrou no governo de 2019 por cortesia política. O PUN recorda que teve um papel crucial no espaço de concertação democrática e que a sua entrada no governo foi resultado de um acordo entre todos os partidos envolvidos. O ex-PM deveria reconhecer que a sua própria entrada no governo foi, na verdade, uma questão de cortesia, já que o cargo de Primeiro-Ministro não lhe era destinado.


Quanto ao desconhecimento das propostas do PUN, o partido reitera que foi o primeiro a propor a criação de uma estrutura multifacetada para combater a Covid-19, proposta que originou o Alto Comissariado Contra o Covid-19. Esta proposta, rejeitada por Gomes por motivos partidários, evidencia a amnésia seletiva do ex-Primeiro-Ministro.


Por fim, o PUN responde à tentativa de Gomes de teorizar o sistema político guineense, afirmando que o partido nunca poderá conhecer tão bem o sistema corrupto e clientelismo porque se opõe a ele. O PUN reconhece a superioridade de Gomes neste aspecto, considerando-o um produto direto desse sistema.


//TV VOZ DO POVO

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