Moçambique: Confirmação da vitória de Daniel Chapo gera caos em Maputo


O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique validou, esta segunda-feira, a vitória de Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, nas eleições gerais realizadas a 9 de outubro. A decisão surge após mais de dois meses de contestação e manifestações, que resultaram em 130 mortes no país.


Durante a leitura do acórdão, que durou cerca de uma hora e meia, a presidente do CC, Lúcia Ribeiro, declarou: "Proclama eleito Presidente da República de Moçambique o cidadão Daniel Francisco Chapo". Apesar de reconhecer irregularidades no processo eleitoral, o CC concluiu que estas não foram suficientes para alterar os resultados finais.


De acordo com a agência Reuters, Daniel Chapo obteve 65,17% dos votos. Venâncio Mondlane, do Podemos, ficou em segundo lugar com 24,19%, seguido de Ossufo Momade, da Renamo, com 6,62%, e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique, com 4,02%.


A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já havia anunciado a vitória da Frelimo e do seu candidato presidencial a 24 de outubro, com 70,67% dos votos. No entanto, a validação do Conselho Constitucional era necessária para oficializar os resultados, que não admitem recurso.


Protestos e tensão na capital


Enquanto a decisão do CC era divulgada, a capital, Maputo, tornava-se palco de intensos protestos liderados por apoiantes de Venâncio Mondlane. As manifestações, marcadas pelo bloqueio de estradas e queima de pneus, transformaram áreas como a Praça dos Combatentes e a Avenida Julius Nyerere em focos de tensão.


A proclamação confirma Daniel Chapo, de 47 anos e atual secretário-geral da Frelimo, como Presidente de Moçambique. Contudo, o clima de instabilidade reflete a insatisfação de parte significativa da população, num contexto em que o partido Frelimo governa o país há quase cinco décadas.


Fonte: Lusa_ TV VOZ DO POVO 


Comentários