Político Maliano Condenado por Criticar Governo Militar do Burkina Faso

 


Um tribunal do Mali condenou, na segunda-feira, o político Issa Kaou N'Djim a uma pena de dois anos de prisão, um dos quais com pena suspensa, por declarações críticas aos governantes militares do Burkina Faso, país vizinho. A decisão foi confirmada por uma fonte jurídica e pela família do condenado.


N'Djim, que anteriormente apoiava o presidente de transição maliano, General Assimi Goita, antes de se afastar, teceu as críticas durante um programa transmitido pela emissora local Joliba TV News. Além da pena de prisão, foi-lhe imposta uma multa de um milhão de francos CFA (cerca de 1.538 euros).


Suspensão de Emissora de Televisão


No seguimento das declarações, as autoridades malianas encerraram a emissora Joliba TV News em novembro e proibiram-na de operar durante seis meses, medida que entrou em vigor este mês.


Tanto o Mali como o Burkina Faso têm sido governados por regimes militares desde os golpes de Estado de 2020 e 2022, respetivamente. Ambos os governos têm sido acusados de adotar medidas repressivas contra a liberdade de imprensa, incluindo a suspensão de meios de comunicação internacionais e a prisão de jornalistas e críticos.


Histórico de Conflitos com o Regime


Issa Kaou N'Djim, ex-vice-presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), já havia sido condenado em dezembro de 2021 a seis meses de prisão com pena suspensa por "minar o crédito do Estado". À época, as suas declarações nas redes sociais foram classificadas como "subversivas".


N'Djim também se destacou por defender um retorno rápido ao governo civil, posição que o afastou da liderança militar no poder. Desde então, foi demitido do CNT e submetido a restrições, incluindo a proibição de viajar para fora do país.


Contexto Regional


O Mali, o Burkina Faso e o Níger, todos sob liderança militar, formaram recentemente a Aliança dos Estados do Sahel (AES). A cooperação entre os três países visa reforçar a segurança regional, mas levanta preocupações sobre a crescente repressão política e o impacto sobre os direitos humanos e a liberdade de expressão na região.


Fonte: AFP

Texto: TV VOZ DO POVO 


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