Guiné-Conacri pode realizar eleições em 2025: porta-voz do governo

 


A Guiné-Conacri poderá realizar eleições presidenciais e legislativas em 2025, afirmou o porta-voz do governo.

Na quinta-feira, mais de três anos após o golpe militar que levou os militares ao poder, o porta-voz do governo declarou que as eleições estão previstas para este ano.


Sob pressão internacional, os líderes militares, que assumiram o controlo em 2021, prometeram inicialmente realizar um referendo constitucional e devolver o poder a civis eleitos até ao final de 2024. No entanto, essas promessas não se concretizaram.


O líder militar, general Mamady Doumbouya, referiu num discurso de Ano Novo que 2025 será "um ano eleitoral crucial para completar o retorno à ordem constitucional". Contudo, as autoridades ainda não apresentaram um cronograma detalhado.


Em declarações à estação francesa RFI, o porta-voz do governo, Ousmane Gaoual Diallo, indicou que um referendo constitucional deverá realizar-se "provavelmente em maio".


Eleições condicionadas pelas chuvas


"Temos um longo período de chuvas que não é favorável à organização de eleições. Penso que devemos considerar o período de setembro a outubro para a realização das próximas eleições", acrescentou, referindo-se às eleições presidenciais e parlamentares.


A "carta de transição", elaborada pelos militares logo após o golpe, estipula que nenhum dos seus membros poderá candidatar-se às eleições. Contudo, uma nova constituição poderá alterar esta disposição.


Diallo, juntamente com outros apoiantes de Doumbouya, manifestou apoio a uma possível candidatura presidencial do general. Apesar disso, Doumbouya, que já assumiu o cargo de presidente, tem reiterado em várias ocasiões o seu compromisso de não se candidatar.


Preocupações com liberdade de expressão


A oposição e a sociedade civil na Guiné têm apelado repetidamente ao regresso ao governo civil.


Diallo também comentou a condenação do político da oposição Aliou Bah, que foi sentenciado na terça-feira a dois anos de prisão por "insultar e difamar" o chefe militar, um caso que gerou indignação entre os opositores.


"Não se deve interpretar isto como um desejo das autoridades de silenciar ou forçar as pessoas ao exílio", afirmou Diallo.


"Até agora, nenhum líder político foi forçado ao exílio por razões ligadas à liberdade de expressão ou críticas", acrescentou.


A porta-voz de relações exteriores da União Europeia, Anitta Hipper, expressou "preocupação" com a sentença numa publicação na plataforma X, apelando ao respeito pela "liberdade de expressão e pluralismo político" por parte da Guiné.


//AFP / TV VOZ DO POVO 


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