Arquipélago dos Bijagós declarado Património Mundial Natural da UNESCO

 

Guiné-Bissau conquista a sua primeira inscrição na Lista do Património Mundial. Um momento histórico para o país e para a conservação da biodiversidade.

 Arquipélago dos Bijagós foi oficialmente inscrito, este sábado, na Lista do Património Mundial Natural da UNESCO, durante a 47.ª Sessão do Comité do Património Mundial, realizada em Paris. Esta é a primeira distinção do género atribuída à Guiné-Bissau, marcando um feito inédito na história do país no domínio da conservação ambiental e do reconhecimento internacional.

Reconhecimento da UNESCO

A candidatura do Arquipélago dos Bijagós destacou-se pelo seu valor ecológico excecional. A UNESCO reconheceu a singularidade dos ecossistemas insulares, a riqueza da biodiversidade e o papel fundamental da região como habitat para espécies ameaçadas, incluindo aves migratórias e tartarugas marinhas.

O sítio foi descrito como uma “joia natural da África Ocidental”, cuja preservação constitui uma prioridade global no contexto das mudanças climáticas e da perda acelerada de habitats naturais.

Representação oficial e emoção na cerimónia

A cerimónia de consagração foi marcada por emoção e orgulho. O Ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Eng.º Viriato Luís Soares Cassamá, e a Diretora-Geral do IBAP, Dra. Aissa Regala Barros, receberam oficialmente o certificado de inscrição em nome do Estado da Guiné-Bissau.

Em declarações à imprensa, o ministro sublinhou que "este reconhecimento internacional é fruto de um trabalho técnico contínuo e de um compromisso político claro com a proteção do nosso património natural.”

Um processo longo, uma vitória coletiva

O processo de candidatura teve início há vários anos, envolvendo especialistas nacionais e parceiros internacionais. Sob liderança do atual ministro, o dossier foi revisto, reforçado tecnicamente e reapresentado com sucesso.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, foi apontado como figura determinante nesta conquista, através da sua “magistratura de influência” e da aposta estratégica na valorização do ambiente como ativo nacional.

Homenagem aos pioneiros

A distinção foi também dedicada a todos os defensores da natureza na Guiné-Bissau, com menção especial ao falecido Dr. Alfredo Simão da Silva, fundador e primeiro Diretor-Geral do IBAP, cujo trabalho visionário lançou as bases para a criação das áreas protegidas do país.

Compromissos futuros

Com a inscrição oficial, a Guiné-Bissau compromete-se a reforçar os esforços de conservação e gestão sustentável do Arquipélago dos Bijagós, garantindo benefícios diretos às comunidades locais e protegendo o ecossistema para as gerações futuras.

📌 O que muda com a inscrição na UNESCO?

• Aumento da visibilidade internacional

• Novas oportunidades de financiamento para conservação

• Reforço do ecoturismo sustentável

• Apoio técnico e científico da UNESCO

📅 13 de julho de 2025 entra, assim, para os livros da História da Guiné-Bissau como o dia em que o mundo reconheceu o valor universal excecional do Arquipélago dos Bijagós.