Dois jornalistas ucranianos mortos por drone russo no leste da Ucrânia
Dois jornalistas ucranianos da Freedom TV foram mortos esta quinta-feira por um drone russo em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, segundo informações da AFP. Kiev, por sua vez, foi alvo de ataques pela segunda noite consecutiva, com pelo menos nove feridos a registar.
A Freedom TV informou que os jornalistas (Aliona Gramova e Yevgen Karmazin) foram mortos enquanto se encontravam dentro de um carro num posto de gasolina. Um terceiro jornalista, Alexander Kolichev, ficou ferido e foi hospitalizado, segundo o canal.
O governador da região de Donetsk divulgou imagens dos destroços carbonizados do carro dos jornalistas.
Um socorrista ucraniano também foi morto esta madrugada durante um ataque russo.
Segundo a Força Aérea ucraniana, Moscovo lançou 130 drones durante a última noite.
Para além da morte de um socorrista, outros cinco ficaram feridos quando assistiam a um incêndio provocado por um bombardeamento numa aldeia na região de Kharkiv.
"Mais um crime contra os socorristas", disseram os serviços de emergência num comunicado publicado no Telegram.
Em Kiev, nove pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades locais, enquanto o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andriy Sybiga, denunciou um ataque que danificou uma sinagoga.
"O terror russo não poupa ninguém, nem mesmo as comunidades religiosas", lamentou Sybiga no X, afirmando que desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, 67 líderes religiosos foram mortos e 640 locais de culto foram danificados.
O chefe da administração militar de Kiev, Tymur Tkachenko, disse que dez locais da capital ucraniana sofreram danos, tendo dois edifícios sido atingidos diretamente.
Esta foi a segunda noite consecutiva de ataques em Kiev, na mais recente vaga de ataques russos.
Pelo menos sete pessoas — seis delas em Kiev — foram mortas em ataques na Ucrânia na quarta-feira, que também causaram cortes de energia.
Na região nordeste de Sumy, dois trabalhadores ferroviários ficaram feridos, enquanto a operadora ferroviária nacional reportou interrupções no tráfego na zona fronteiriça.
Moscovo intensificou os seus ataques à rede elétrica e às infraestruturas ferroviárias ucranianas nas últimas semanas, argumentando que são em resposta aos ataques ucranianos contra alvos civis russos.
Por sua vez, o Ministério russo da Defesa anunciou que abateu 139 drones ucranianos na última noite, sobretudo sobre as regiões ocidentais da fronteira com a Ucrânia.
Rússia promete “resposta dolorosa” a sanções da UE
A nova vaga de ataques ocorreu depois de a União Europeia e os Estados Unidos terem imposto novas sanções à Rússia.
Os Estados Unidos anunciaram esta quinta-feira novas sanções contra as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, Lukoil e Rosneft. Este é mais um esforço de Washington para pressionar Moscovo a aceitar negociar um acordo de paz, uma vez que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que as negociações com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, “não vão a lado nenhum”.
"Sempre que falo com Vladimir, tenho boas conversas, mas elas não levam a lugar nenhum", disse Trump, que anunciou que o encontro que tinha planeado com Putin em Budapeste foi adiado por tempo indeterminado.
A União Europeia também aprovou esta quinta-feira a implementação do 19.º pacote de sanções à Rússia.
Moscovo já avisou que dará uma “resposta dolorosa” a qualquer medida da União Europeia para confiscar os seus bens congelados.
"Quaisquer ações com ativos russos sem o consentimento da Rússia são nulas e sem efeito do ponto de vista do direito internacional e contratual. Não há forma legal de tirar fundos a outra pessoa sem prejudicar os bolsos e o prestígio de quem os expropria", disse a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, aos jornalistas.
"Quaisquer iniciativas de confisco de Bruxelas resultarão inevitavelmente numa resposta dolorosa. Agiremos em total conformidade com o princípio da reciprocidade nas relações internacionais, com base nos nossos próprios interesses e na necessidade de compensar os danos causados à Rússia”, avisou
//RTP -AFP




Comentários
Enviar um comentário